domingo, 14 de dezembro de 2008

O SONHO

Um dia o Poeta sonhou com a Lua.
Sonhou que ela havia invadido o seu quarto. E trazia nas mãos, rosas rosadas (não eram rosas vermelhas).
Em cada rosa estava escrito um nome. O Poeta não entendia. A Lua, então, estendeu-lhe uma rosa e nela estava escrito Ilusão. O Poeta não entendeu. E a Lua foi estendendo-lhe as rosas: Sonhos, Verdades, Canção, Dores, Tristezas, Felicidade, Alegria... Ficou com a última rosa, na mão. E o Poeta perguntou-lhe: Não vais estender-me também esta? A Lua respondeu-lhe: Esta é a síntese de todas as rosas que te dei. Mas é preciso que chegue o Sol para que eu a possa te dar.
Esperaram horas e horas até a chegada do Sol. E a Lua estendeu a rosa ao Poeta.
Como num passe de mágica, a rosa se abriu.Suas pétalas tinham cores diversas e, numa delas, estava escrito: VIDA
O poeta entendeu.

PARA VOCÊ, VISITANTE! COM O MEU CARINHO.

sábado, 13 de dezembro de 2008

POR QUE CANTO?

Eu canto
porque não quero chorar.
Não sou, como Cecília, poeta,
não sei o instante cantar nem perpetuar.


Mas eu canto porque o meu canto
me ajuda a esquecer
quão triste vive o mundo
que não sabe mais cantar.



Eu canto! Porque não sou alegre,
mas triste também não sei ficar.
Eu canto porque já passou
o meu instante de chorar.



Então, eu canto
para mim, para ti eu canto.
Enquanto ainda sei cantar.

SERIA BOM

Seria bom se eu pudesse lhe ver chegando
e que, no barulho estridente do mundo,
só ouvisse os teus passos leves,
caminhando em minha direção.



Seria bom que tudo se encontrasse
e que o vento, num sussurro,
cortasse a distância e me trouxesse
o som da tua voz.


Seria bom, se eu pudesse
varar a distância
e estender-te, com carinho, a minha mão,
pedindo-te para ficar.



Poder amar-te a vida inteira
sem final, sem derrota, sem talvez,
Seria bom.
Ver você chegar
e ficar, ao menos um pouquinho,
Fazendo-me sonhar por toda a eternidade.

CORTE


E o machado cravou-se,
no seu tronco.
Saiu-lhe o sangue...
tatalmente branco.
Tombou gemendo de dor.
Despedaçaram o seu corpo.
E, em torno dela, de repente,
tudo deserto ficou.
Transformou-se em cemitério...
Onde prostarão todos os seus algozes!

O QUE É QUE HÁ?

Por que choram as crianças?
Por que surgem tantos gritos, tantos choros,
tantos medos, no ar?
Por que os dias ficam tão curtos,
Por que escurecem tão depressa os seus dias?
Por que tudo está tão triste?
Por que tanta dor a gritar?
Por que calaram o vento, apagaram o sol? O que é que há?



Desabrochas e murchas. subitamente.
Algum vírus a te espreitar,
querendo a tua essência sugar.
Queria dar-te a esperança,
Fortalecer a tua seiva
E para ti cantar.
E ver-te árvore frondosa,
tuas flores a desabrochar
Queria para ti cantar:

Sorria! Há esperança, amor e segurança, no ar
Não posso.


Mas, um dia, prometo-te, vou para ti, cantar:
Sorria, o mundo feio e mau se foi.
Há flores nas janelas, há noites calmas de luar,
há brincadeiras, nas ruas, há amor no ar.
Há pássaros caminhando, porque já podem caminhar
Acabaram-se as grades, o medo, os esconderijos
Há presença eterna de PAZ, sobre todos nós a flutuar!