sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

MEU PAI

Seus olhos eram como estrelas a me guiar, a me iluminar o caminho, mirando-mr, em silêncio, falando-me de paz. Ouvia-me.Passávamos o tempo a falar de nós e sobre nós.
Sua presença era porto seguro, encanto e refúgio para o meu ser, certeza de nunca estar só.
Estava sempre do meu lado e ao meu lado. Éramos partes iguais.
E mesmo quando nos desentendíamos, no fundo, estávamos a falar de amor, era só por amor.
Quando ele se foi, um bando de bem-te-vis fez pousada em minha mangueira e, juntos, orquestrou-lhe uma última homenagem. Não posso esquecer...
Não consegui juntar-me a ele.Estava de voz embargada e asas partidas.Não conseguia voar nem cantar.
Tive, então, que aprender a caminhar - sozinha.
Mas, de repente, pensando nele, tornei-me águia.Refiz a minha plumagem e alcei vôo
Mergulhei por entre as nuvens, desvendei os céus, na esperança de, um dia, poder reencontrá-lo.

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