Estive pensando...
Estive a pensar em como metáfora, plurissignificação, termos intrínsecos na realidade do poeta se enlaçam e, por vezes, chegam a confundir e, confundidos, se lançam por entre caminhos inimaginários, desconhecidos até para o próprio poeta.
Quem pode, seguramente, declarar a verdade do poeta? Pensei na forma fantástica com que conotação e denotação se misturam e, podem até permutarem n, na mente do leitor. Mas...pensei: assim sendo, é permuta ou recriação? Porque também o leitor é um ser criador e co-participante a partir das leituras que faz sobre o texto que lê.
E, então, pensei novamente: É aí que se faz a beleza infinita da poesia. É aí que se encontra o poder incalculável da criação poética.è a fantástica capacidade do ser humano de - de alguma forma - criar e recriar, interpretar essa criação e o universo sem fimque o circunda.
Penso que a poesia é mágica. Atemporal, vai além de todas as fronteiras, ultrapassa o real, transpõe o tempo, vence barreiras mil para chegar e ser transformada, na mente daquele que a lê, em realidade viva, retrato de si mesmo ou de quem a escreve.
E pode ser assim. Afinal, o poeta é também influência do seu tempo e do seu mundo.Entretanto, precisamos, ao ler um texto, ter muito cuidado, estar atentos às metáforas utilizadas pelo autor, visto que as mesmas nem sempre são claras, e sendo metáforas, jamais objetivas.
O mundo constituído pelo poeta é sempre inverso ao da realidade que o circunda, embora para este sempre se transpõe.
A verdade do poeta está na imaginação. Aquilo que escreve é a sua verdade imaginária. Seu reino é o imaginário, subjetivo e é assim que expressa o que sente, no reino da ficção.
Como nos diz Fernando Pessoa, "o poeta é um fingidor". Fingir é a forma mais viável para encontrar a tradução de si mesmo e do outro.Em vez de procurar o objeto, faz objeto de si mesmo.
E o ambiente de que fala, as palavras que escreve, nada mais são do que um espelho no qual se mira, buscando a imagem desejada.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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